Dupilumabe (Dermatite Atópica) e Certolizumabe Pegol (Psoríase), receberam da COSAÚDE, recomendação preliminar de inclusão de tecnologias no rol da ANS.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar realizou, nesta terça-feira (13), a 9º reunião técnica da Comissão de Atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar (Cosaúde). Foram analisadas as novas propostas de incorporação de tecnologias no Rol e as contribuições da sociedade na consulta pública nº 100.

Dupilumabe

Os membros da Cosaúde analisaram o uso do Dupilumabe, proposto pela Sanofi, utilizado para o tratamento de dermatite atópica como tratamento sistêmico em 2ª linha. A Dra. Fabiana Bosnich, Gerente Médica Sênior, informou que não há tratamentos cobertos para a dermatite atópica no rol da ANS. De acordo com ela, a tecnologia apresenta uma redução de 95% na extensão e gravidade da lesão causada pela doença; garante 80% de melhora na qualidade de vida; e reduz em até 49% das hospitalizações em geral. Ela também mencionou que não há necessidade de testes laboratoriais antes do início da terapia. No que tange aos estudos realizados sobre o uso do medicamento, todos apresentaram baixo risco de viés para todos os domínios. Quando a segurança do medicamento, ela informou que não houve aumento em eventos adversos, eventos adversos sérios ou descontinuação devido a eventos adversos com o uso do medicamento em relação ao placebo. Já Priscila Federico, gerente de Estratégias de Acesso ao Mercado Sanofi, informou que o impacto orçamentário do medicamento em cinco anos é de R$ 391.557,849. Já o impacto orçamentário por beneficiário é de R$ 1,58/beneficiário-ano.

Após apresentação da tecnologia, 10 representantes se posicionaram favoráveis e 4 contrários à incorporação do medicamento. Foram favoráveis: Cofen, Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fundação Procon-SP, Nudecon, Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Federação Brasileira de Hospitais, Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Medica Brasileira (AMB), Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação Brasileira de Hemofilia. Se posicionaram contrários: Abrange, Unidas, Fenasaúde e Unimed do Brasil.

Certolizumabe Pegol

Outra tecnologia analisada foi o certolizumabe pegol, para tratamento de psoríase em placas moderada a grave, com falha, intolerância ou contraindicação ao uso da terapia convencional. Camila Pepe, especialista em economia da saúde na Origin Helth, informou que comparado a outros agentes da classe do anti-TNF, o medicamento é um dos que possui maior probabilidade de alcançar desfechos PASI em comparações indiretas. Quando comparado de forma direta ao etanercepte, ele é estatisticamente superior para os desfechos PASI e PGA 0/1 em intervalo de oito a 24 semanas. Em termos de segurança, ela explicou que o medicamento apresenta perfil similar aos diferentes biológicos disponíveis na ANS, sendo o único imunobiológico com estudo de farmacocinética (em bula) em gestantes e lactantes com mínima ou nula transferência placentária e lactação. No que tange aos resultados de custo-utilidade, o medicamento é mais barato, quando comparado aos outro biológicos, com preço anual de R$ 29.550,95, e tem uma efetividade muito semelhante entre os outro medicamentos. Quanto ao impacto orçamentário, foi possível identificar que a incorporação da tecnologia traz uma economia de R$ 9 milhões no primeiro ano, e acumulada em cinco anos, R$ 212 milhões. Após apresentação da tecnologia, 8 representantes se posicionaram favoráveis e 5 contrários à incorporação do medicamento. Foram favoráveis: Conselho Nacional de Saúde (CNS), Associação Médica Brasileira (AMB), Fundação Procon SP, Federação Brasileira de Hemofilia (FBH), Nudecon RJ, Cofen, Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Se posicionaram contrários: FenaSaúde, CMB, Abrange, Unimed do Brasil e Unidas.

As tecnologias ainda serão submetidas para votação da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

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