Comissão de Saúde e Meio Ambiente da AL/RS deu parecer favorável, hoje pela manhã, sendo que milhares de pacientes com a doença deverão ser beneficiados no Rio Grande do Sul
A Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou, hoje (30/11), Projeto de Lei (243/2020) que institui a Política Estadual para Diagnóstico Precoce e Tratamento da Psoríase na Rede de Atenção à Saúde das pessoas com doenças crônicas no âmbito do Estado do Rio Grande do Sul. Essa é uma grande vitória após mais de três anos de luta – desde a criação da Frente Parlamentar, em Outubro de 2019 – da ONG Psoríase Brasil, presidida pela Gládis Lima, médicos e pacientes e também da deputada Fran Somensi (PRB/RS), autora do Projeto de Lei.
O Projeto prevê, além das diretrizes gerais do programa, uma parceria com a Secretaria Estadual da Saúde que, por sua vez, poderá coordenar o apoio aos municípios para organização e implantação das linhas de cuidado que trata a Política Estadual para Diagnóstico e Tratamento Precoce da Psoríase. Desta forma, haverá a ampliação do diagnóstico precoce da doença, por meio de uma política pública de atenção primária, objetivando a redução das comorbidades e incapacidades causadas pela psoríase. No Brasil, há tratamentos tópicos, sistêmicos e imunobiológicos (terapias de última geração) ofertados pelo SUS e os planos privados de saúde desde o ano passado são obrigados a ofertar imunobiológicos aos pacientes com psoríase grave quando os demais tratamentos não dão respostas aos pacientes.
Portanto, com o diagnóstico precoce e a prescrição específica do remédio indicado a quem é acometido pelo mal, haverá uma mudança no rumo da enfermidade, transformando a vida do paciente com uma significativa melhora no dia-a-dia. Os procedimentos vão desde a capacitação e treinamento de profissionais da saúde para identificação e acompanhamento dos pacientes, até a elaboração de protocolos clínicos e procedimentos terapêuticos.
Segundo a deputada estadual Fran Somensi, “este é um projeto que vem sendo trabalhado desde 2019 junto à Psoríase Brasil, através da presidente Gládis Lima, que comanda uma organização não governamental que apoia pessoas diagnosticadas com a doença e busca o acesso universal aos tratamentos”. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e membros do Conselho Científico da Psoríase Brasil, a psoríase é uma doença crônica de pele, inflamatória e não transmissível que, além de ocasionar inúmeras comorbidades, provoca, entre outros agravantes, um imenso impacto negativo social, emocional, psicológico e laboral em seus pacientes. No Brasil, estima-se que haja cerca de 5 milhões de pessoas convivendo com a enfermidade em suas diversas manifestações. A patologia não tem cura, mas tem tratamento, e é uma doença autoimune que além de acometer a pele dos pacientes também pode gerar comorbidades, como diabetes, problemas inflamatórios intestinais, problemas cardiológicos, entre outros.
O médico dermatologista Leandro Leite salienta que “quando tratamos a doença de forma precoce e mais incisiva, controlando a carga inflamatória da doença, parece que modificamos o desfecho que a Psoríase vai ter no paciente”. Leite explica que a Psoríase tem células de memória e, caso a doença retorne, ela volta exatamente aos mesmos locais. “Se tratarmos antes da formação dessas células de memórias, poderíamos impedir essa espécie de cicatriz que a doença deixa”, enfatiza.