Preconceito ainda é obstáculo para pacientes com psoríase

Desencadeada por fatores genéticos, gatilhos emocionais ou até mesmo por medicamentos utilizados para tratar a depressão, a psoríase foi tema do 1º Fórum Sobre Tratamento, realizado no sábado em Santa Cruz do Sul. O encontro ocorreu no Centro de Convenções do Hotel Charrua e chamou atenção para a importância do fim do preconceito, tanto da sociedade quanto dos próprios pacientes, e para a necessidade de se falar mais sobre a doença.

Conforme a presidente da Associação Psoríase Brasil, Gládis Lima, atualmente o preconceito  é uma das maiores barreiras para a eficácia de tratamentos e inserção dos doentes. “É difícil encontrar uma pessoa que assuma que tem a doença, para dar cara a esse problema. Infelizmente a psoríase não tem cura”, afirma.

Por se tratar de uma doença que atinge o maior órgão do corpo, que é a pele, quem tem psoríase convive com o estigma da falta de informação. “As pessoas acreditam que ela é contagiosa, mas não tem nada de contagiosa. Ela é, principalmente, uma herança genética e hereditária”, esclarece Gládis.

O fórum foi uma iniciativa da dermatologista Jaqueline Barbosa. Segundo ela, o tamanho e a posição da lesão no corpo do paciente são as condições que determinam a gravidade da doença. “Uma lesão em um órgão genital, por exemplo, pode prejudicar uma pessoa pelo resto da vida, por menor que seja”, salienta.

No encontro realizado em Santa Cruz do Sul, foram abordados os tratamentos disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS), as ligações da psoríase com o reumatismo, a depressão e ansiedade, proteção dos direitos dos pacientes e também a alimentação. “Existe um componente, o lítio, usado em tratamentos de depressão. É um dos fatores causadores da psoríase, que pode acionar a doença também”, complementa a presidente da Associação Brasil Psoríase, Gládis Lima.

Saiba mais
A psoríase caracteriza-se pelo surgimento de placas eritemato-escamosas, de dimensões variadas, com bordas bem delimitadas e graus variáveis de acúmulo de escamas. É uma doença sistêmica inflamatória crônica, não contagiosa, que apresenta predominantemente manifestações cutâneas, ungueais e articulares. Cerca de 2% da população mundial tem psoríase. No Brasil, estima-se que 5 milhões de pessoas convivem com ela. Pode ser uma doença incapacitante tanto pelas lesões cutâneas – fator que dificulta a inserção social – quanto pela presença da forma articular, que configura a artrite psoríaca. A predisposição genética é um fator relevante.

Fonte: Gaz

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